segunda-feira, dezembro 28, 2015

E assim foi o Natal!

Dia 24-Dez
Dormi três horas. São 6h30 da madrugada e chega lá a casa primeira entrega de Bolo Rei, sigo depois para a confeitaria onde o Pão de Ló ainda quente me aguarda. Todo o dia passado em casa a receber os clientes que ainda resistem do tempo da "venda" da minha avó Maria, que me deixou de herança este legado, que gosto tanto, faz-me sentir prático, útil, pé no chão, fora dos deslumbramento que tanto gosto e que tanto viajo em pensamento.
Ainda fiz uns quantos biscoitos húngaros e umas natinhas que os amigos me haviam pedido, hum.. que delícia.

À três anos que não posso sair da casa nesta tarde à conta dos docinhos de natal. Mas é dia de Bananeiro, "Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha", reúno alguns amigos lá em casa, não todos, mas os habituais desta tarde. Bebe-se vinho do porto, come-se pão de ló e partilha-se a ansiedade daquela noite, os fala-se dos últimos preparativos daquela noite e assim vamos cada um para a sua ceia mais satisfeitos e com a alegria que contagiamos uns aos outros.

Chego finalmente a casa da Tia Rosa, a família Vaqueira está lá toda! Um costume que nunca perdemos, e espero que perdure para todo o sempre (enquanto possível). No início era em casa dos meus avós, com a partida deles foi-se experimentando outras casas, à uns anos fixamo-nos ali. É que vamos todos, os 8 filhos, respetivas noras e genros, netos e seus cônjuges e até os bisnetos. Esta é a noite que tanto aguardo.....a confusão, o barulho, as gargalhadas, os despiques das mulheres nas tretices que se desenrolam, as brincadeiras e as birras das crianças, o jogos da sueca, do sobe-e-desce, do bingo, do monopólio e o clássico jogo das palavras. Uma coisa boa, este ano a televisão estavam quase sem som, era apenas "pano de fundo" para aquele que de vez em quando decidia repousar no sofá.

10 minutos depois da meia noite vem o Pai Natal, sim, na minha família sempre veio o Pai Natal...uma tradição que não perdemos, há sempre crianças e é necessário manter-lhes a magia desta época!

São 2h30 e é-nos servido o pica no chão. Ah.....arroz de cabidela que sabe tão bem nesta noite!

O meu irmão e minha cunhada ainda não anunciaram que vão ser papás....irra! Enerva-me, quero tanto partilhar esta notícia com todos e eles ficam calados! Ups...já contei por aqui! :)

Pronto, foi dormir satisfeito por um bom natal passado!

Até já!

RC - O Pequeno Notável

Antevéspera de Natal

Dia 23-Dez
São 16h, estou a trabalhar e apercebo-me que ainda não fiz nenhumas compras de natal. Saio de imediato do trabalho e sigo caminho. Braga, é o destino ....enquanto tento lá chegar, quase que me arrependo. Que trânsito para entrar na cidade. Não posso julgar os outros pela desmedida busca das últimas compras, eu estou a fazer o mesmo.
Ainda há tempo para um cafezito nas Frigideiras do Cantinho com alguns dos melhores, dos mais especiais: a Freckles Batata Frita, o Dedécas e o Pedrokas que nos surpreende na companhia do seu apêndice Carlovsky. A meia de leite e a meia torrada, combinaram na perfeição com um bolinho de bacalhau, que os chiques chamam de pastel de bacalhau! A conversa foi boa, animada. Pela primeira vez gostei de verdade do apêndice aparecido, estava divertido, bem disposto, ao nível do comum dos mortais, diluindo uma ideia errada que tinha formado através de contactos anteriores, fico satisfeito pelo par, vejo-os felizes e isso importa, deixa-me tranquilo e contentes por eles.

Pois..mas já eram 18h ainda tinha de ir ao shopping e fui....afinal foi fácil estacionar, contrariando as previsões. Nossa....nunca estive tanto tempo à espera de ser atendido na loja Nespresso. Eu gosto de etiqueta, gosto de um serviço de qualidade, mas não gosto de esperar e de ver máquinas a avariarem constantemente, as funcionárias todas coquetes e contar o dinheiro do caixa à nossa frente, a tirarem dúvidas uma com a outra, a cliente indecisa que quer saber tudo e no fim não leva quase nada, ou o cliente que tencionava levar uma caixinha de café, sai de lá com 400 cápsulas....ufa, gabo-lhes o poder de persuasão daqueles funcionários, mas eu  tinha pressa e esperar 20 minutos para ser atendido, quando não tinha mais ninguém à minha frente é dose. Consegui chegar a Joane, à mais bela terra do nosso lindo Portugal, faltavam 5 minutos para a 19h, ainda encontrei o estúdio aberto, estava lá uma tela que mandei produzir com uma foto que tirei a uma amiga e decidi oferecer-lhe, ela merece isso e muito mais. Esse foi de facto o presente que mais gozo me deu oferecer!

Há que pôr os pés a caminho e preparar-me para o último jantar da saga de ceias natalícias que se vai tendo nesta altura. Papaboa em pleno centro histórico de Guimarães, foi o local deste repasto, regado com bom vinho, boa comida, boa conversa, agradeço à Dentalfafe pelo convite que à uns 4 anos me inclui nessa família. Era meia noite e a animação estava no auge, ora bem,....queríamos Poncha da Madeira, logo ali no Largo Santiago há dois bares especialistas na matéria, sem saber para qual ir, decidimos ir aos dois! São 1h30 e está na hora de ir embora. Chego ao carro, tinha deixado as luzes ligadas, o carro não pegou, empurramos e ....nada! Há que chamar a assistência, que 30 minutos depois chegou e resolveu o problema. Eis que procuro com o olhar a pessoa que dei boleia para este jantar e não o vejo ....o álcool fê-lo fugir do problema do carro (que ele próprio gerou, pois deixei-o conduzia na ida e ele é que deixou as luzes ligadas) e simplesmente foi dormir para o banco de trás. Enfim...nem sei porque ainda acredito que crescerá.

Até já!
RC - O Pequeno Notável

quarta-feira, novembro 18, 2015

Desejo de sonhar

Há algo melhor sonhar?
Claro que há, a concretização desses sonhos!

E sonho tanto. Sonho com um futuro a dois, com o amanha mais sorridente e realizado (o comum dos mortais, mas sonho tanto com a música.

Gosto de cantar, adoro cantar! Em português.
Talvez por não saber o globalizado inglês, mas é a língua lusa que permite expressar-me e entender-me por inteiro. Só o espanhol, que conheço bem, se assemelha a essa expressão de verdade sentida. Não canto mal e não canto maravilhosamente bem como gostaria, mas canto com alegria e expressividade.

Por vezes (e muito raramente), gravo-me em modo caseiro, sem profissionalismos (que tanto gostava), sem meios, assim a frio a e seco. Como qualquer pessoa armada em artista, gosta que a oiçam. E eu gosto tanto que me oiçam, os meus amigos claro, ou outros não me conhecem! Recentemente ao questionar um amigo sobre o video (que se encontra abaixo), recebi a reação menos esperada : "Eu nem ouvi. Não gosto nada de fado. Quer-se dizer ....gosto, mas daquele fado animado". Desvalorizou-me. Como me é uma pessoa muito próxima, desculpo-lhe pela ignorância da idade. Mas magoou. Primeiro por nem sequer ter ouvido, este que foi um momento de libertação tão meu, um grito ao mundo daquilo que sou, por onde gostava de ir, que me faz feliz. E segundo, porque considero que não se pode gostar de um fado e de outro não, não há meio termo, sem quererem entender a força das palavras, dos poemas, dos poetas, do som das guitarras e e da emoção da voz.

Sonho, desejo e gostava de um dia ter um projeto a solo, onde cruzaria as sonoridades do fado e do folclore, ...essa tradicionalidade que me dá corpo, que me preenche. Aí me sentiria Eu por completo. Irei conseguir? Não sei, mas trabalho para isso. 

A música é um alimento sem calorias (não entendo a dificuldade em perder peso haha), sem custos, sem limites.
Sou livre a cantar. Canto para mim. Já cantei para outros e foi tão bom, mesmo que pontual.

Um dia arrisco e apresento-me comigo mesmo.


Até breve,

RC - O Pequeno Notável

segunda-feira, novembro 09, 2015

E o pássaro voou!

Ao início da tarde de hoje uma amiga pergunta-me: "Tas bem Ricardinho, o teu coração aguenta-se?"
Sem filtro respondo: "Já está tão despedaçado que quase nao sinto nada"
Ela com a sua perspicácia faz-me descer à terra: "Se te sentes destroçado é mais que justo"
Remato com: "Isto passa"

E passa! Que raio de sina a minha.
Passei anos sem permitir que alguém entrasse no meu cantinho, no meu coração. Seria proteção? Medo de sofrer? Serei demasiado exigente? Sei lá...

Senti-me preparado, deixei que me conhecessem. Apaixonei-me e a seguir: sofri novamente. Irra.
Mais um tempo fechado para "obras", assim o decidi!

Não resisti! Voltei a entusiasmar-me pelo ser humano, voltei a acreditar numa felicidade partilhada. Mas sabia as condicionantes e as improbabilidades de o consumar, mas estava disposto (mesmo que ocultamente) a acreditar á mesma.

E pronto, lá se foi novamente! Voou como um pássaro para o seu novo ninho, para o seu porto seguro e que os ciclos naturais da vida lhe permita poisar por cá, numa visita fugaz e intensa! Sei que está bem e fico contente por isso. Se isso significa que é feliz, que bom.

Que alguém o seja, ao menos!


Até breve,

RC, O Pequeno Notável






sexta-feira, novembro 06, 2015

Hello, it's me

Hello, it's me | Olá, sou eu
I was wondering if after all these years | Eu estava a imaginar se depois de todos esses anos
You'd like to meet, to go over everything | Tu gostarias que nos encontrássemos, para superarmos tudo
They say that time's supposed to heal ya | Eles dizem que o tempo supostamente cura
But I ain't done much healing | Mas eu não me curei nem um pouco

Estou meio que viciado nesta música, confesso.
Não entendo quase nada a língua que ela fala, shame to me (desculpem lá se está mal escrito), tanto que é que parte da letra acima mencionada foi traduzida na net! :)

Faz um ano do choque fatal, do último acontecimento que me feriu a alma, a dignidade. Foi um ano duro. Esforcei-me por passar um paninho quente e lidar bem com a sua nova forma de vida. Até correu bem hein?

Mesmo assim, estive permanentemente junta a essa pessoa, como se nada tivesse acontecido. Fui várias vezes desrespeitado, humilhado de certa forma, se calhar até o fazia de modo inconsciente, não sei....mas acho que não. Roeu-me o coração, afinal não era uma vontade minha nem o melhor para mim. Mas sim para que essa pessoa, o seu futuro ex (digo isto a brincar, nem é uma vontade sequer), e os nossos amigos e grupos em comum não se sentissem constrangidos com a situação. Fiz tudo a pensar no bom ambiente de todos ou outros, menos no meu bem-estar.

Tinha-me esquecido de mim.

Neste verão senti-me vazio, perdido como de um labirinto se tratasse sem conseguir encontrar a saída. Foi então que decidi escolher-me e mim. Finalmente pensei só me mim! Como diz a letra da música Hello da Adele, que o tempo supostamente cura, mas eu também não me sinto curado. Mas como saberei se estou curado? Hoje em dia sinto-me muito bem comigo, sinto-me em paz! Se isso foi a cura, então estou curado!

Estamos na mesma perto um do outro, mantemos-nos em contacto, temos uma excelente relação. E está bom assim.

Optei por guardar, ou tentar, as coisas boas, o conhecimento construído. Axo que vou amar-te sempre, mas não me vais magoar mais porque não deixo. Estarei sempre cá, bem o sabes, desde que me trates como mereço.

Estou tranquilamente a viver para mim.


Até breve!

RC, O Pequeno Notável.



quinta-feira, novembro 05, 2015

A outra carta





Sim, este vídeo está em espanhol e é do ano passado, blá blá blá......é um facto. Mas não consegui localizar o video com a tradução. Mas como a língua é percetível até aos mais distraídos, torna-se simples!


Mas bom, ...intriga-me a razão porque este video me marca e me faz parar e pensar no assunto. Afinal eu nem filhos tenho, nem sei se virei a ter. Mas a verdade é que sinto uma grande vontade de ser pai, de poder ensinar e educar um ser humano, não à minha imagem, porque senão coitadito, seria baixote e calvo! Mas, o facto de poder partilhar com alguém os meus costumes, os meus valores que tão bem me forma igualmente passados e outros que são continuamente adquiridos. 


Independentemente da forma (natural ou artificial), esse não é um objetivo, é uma vontade, que no meio de tantas pode nunca ser concretizada. Mas se o futuro me permitir, irei esforçar-me para conseguir concretizá-la!


"Ai e tal, não cuspas para o ar", "não fales do que não sabes", são frases que oiço algumas vezes em conversas com amigos já pais e mães. Chateia-me ouvi-las, porque observo muitos momentos de fraqueza dos próprios pais, por uma única razão: Dizer que não! O "sim" é tão simples mas o "não"....ui, vejo-lhes medo nas entranhas de o dizerem aos filhos. Mas os filhos, por muito que na hora façam uma grande birra à conta desse "não", vão um dia mais tarde ter maior respeito pelos pais e ficar-lhes-à na memória como forma de aprendizagem.


Sim, de facto não sou pai, nunca fui, mas educo, sim educo ...não sei se pelo facto de ter participado no crescimento do meu primo Xico até ir para o ciclo, se pelas dezenas de catequizandos, se pelas centenas de crianças das escolas onde levo as danças, os jogos e os cantares tradicionais, ou o que for, que me ensinou a educar, a criar limites, a criar valores e a motivas as crianças, o eterno futuro da humanidade. Pois é...a uma boa parte dos pais de hoje, é tão mais fácil entupir os filhos com o melhores gadjets do mercado, enfiá-los em aglomerados de aulas extracurriculares (sem menosprezar): é a natação, o futebol, o inglês,  a moda do ballet - coisa chique hoje em dia; já para o escuteiros, ou para outros movimento sociais, os pais consideram um perigo, infundado, sem sentido! Só que aí adquirem competências comportamentais de sociabilização que nas seus quartos recheados de tecnologia de ponta, não conseguem. 


E os piqueniques? Os passeios pelas cidades/vilas à nossa volta? Uma ida ao rio, ao parque? Os meus pais levaram-me a muitos desses sítios na minha infância, não tanto quanto gostariam secalhar, mas o que fizeram está-me na memória. Temo que as memórias de meninice destas crianças quando forem adultos, se resuma a: shoppings, tablets e afins.


Não sei o dia de amanha, portanto, não sei se um dia virei e ser pai. Mas uma coisa tenho a certeza: seria um BOM PAI.


Até um dia destes,

RC, O Pequeno Notável 


Video: IKEA - La Otra Carta, DEZ - 2014

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

Sem título


"O cair da noite une-se na escuridão do emergente
Reverbera-se sobre o dia que finda, muito foi ...pouco fica.
O amanha ergue-se renovado, procede e dissipa-se igual aos demais.
O desejo e a vontade como mãos dadas,
É a desídia reproduzida e a incúria espelhada.

É saudade, é resilência sem título
"

RC, O Pequeno Notável

quinta-feira, janeiro 22, 2015

Pelo RESPEITO sem restrições

Quem me dera estar enganado, mas penso que de pouco servirá o carnaval discursivo que acontecerá esta tarde na câmara legislativa ali para os lados da capital. 

Por muito que defendamos a liberdade de expressão, não temos o direito de impedir a felicidade dos outros, nomeadamente daquelas crianças indefesas que merecem ser amadas e acompanhadas com as melhores condições de vida e bem-estar possíveis. Crianças essas que foram abandonadas por progenitores hetero.

É suposto que os nossos representantes na assembleia sejam imparciais e que agem sempre de acordo com: o bem comum e do país!

Ora bem.......com tantas crianças privadas de uma vida melhor confinadas a um orfanato (que tem um papel importantíssimo) e com tantos casais capazes de lhes dar a mão e lhes ensinar o caminho para um futuro perfeito, então é um pura IMBECILIDADE, esses nossos representantes agirem com base nos seus PRECONCEITOS, EGOÍSMO e em muitos casos, dissimulados nas suas farsas vidas felizes de hetero. Tou a ser demasiado exigente?

Talvez para alguns, mas para mim não.

Todos deviamos defender o RESPEITO pelo outro e termos a capacidade de aceitar e procurar a felicidade sem filtros nem demagogias.

Tenho dito.

Até já,

RC, O Pequeno Notável