Lemos e falamos tanto da
amizade, chamamos todos aqueles que nos rodeiam por amigos, mas consideramo-los
realmente assim?
Tenho muitos conhecidos, gente
que gosto muito e sei que é recíproco, depois tenho aquela meia dúzia muito
reduzida de amigos, que mesmo não estando fisicamente muito presentes, são
aqueles que estão lá sempre. Valorizo-os muito, respeito-os, estimo-os ao
máximo, se bem que deveria dar mais de mim, falta de tempo, assumo.
Recentemente ao falar com uma
pessoa que conheci à muito pouco tempo, disse-me achar que não tem amigos, mas
pessoas, que se aproximam por interesse. Aquilo causou-me desconforto, fiquei
amargamente pensativo, como seria a vida daquela pessoa, se sente que não tem
amigos, alguém em quem poder confiar, partilhar emoções, poder ser
verdadeiramente franco, telefonar a qualquer instante, trocar um simples sms "olá, tudo bem? Gosto de ti amigo(a)",
ter companhia para jantar ou uma simples ida ao cinema?
Dói-me ouvir isso, toca-me numa
ferida que evito lembrar, sentirei um pouco isso também? Por vezes, alguns
amigos passam para o patamar abaixo, dos conhecidos, por não corresponderem
aquilo que espero deles que é uma única coisa: amizade sincera e verdadeira. Não gosto
que falhem comigo, não gosto quando sinto que há essa tal aproximação quando
interessa, e no momento em que preciso, não estão lá, sabendo eu que é apenas
por falta de vontade. Fico sentido, desligo “a ficha” por uns dias, penso,
reflito, volto a olhar em frente, mantendo a admiração e respeito pela pessoa,
mas que passa logo para o patamar dos conhecidos. É triste quando tem de ser assim.
Não podemos adivinhar o futuro,
não podemos ter a certeza dos amigos que iremos manter ou acrescentar. Fiquei
com a sensação que essa pessoa que conheci à tão pouco tempo, irá fazer parte
daqueles amigos muito muito próximos. Tem uma boa alma, boa disposição, de
sorriso bonito e sincero e de ótimo aspeto. Gosto de gente assim, decidida, franca, que não se deixa influenciar,
gente generosa, transparente e verdadeira.
Li esta frase pela net, não sei qual é o autor, mas partilha-a: "A amizade é como a música, duas cordas afinadas no mesmo tom vibram juntas".
Já não escrevia por cá à bastante
tempo, só o faço quando me sinto capaz. Porque para mim escrever é uma terapia quando preciso de exteriorizar certas coisas. Obrigado aqueles que por cá passam
e leem este meu cantinho.