quarta-feira, novembro 18, 2015

Desejo de sonhar

Há algo melhor sonhar?
Claro que há, a concretização desses sonhos!

E sonho tanto. Sonho com um futuro a dois, com o amanha mais sorridente e realizado (o comum dos mortais, mas sonho tanto com a música.

Gosto de cantar, adoro cantar! Em português.
Talvez por não saber o globalizado inglês, mas é a língua lusa que permite expressar-me e entender-me por inteiro. Só o espanhol, que conheço bem, se assemelha a essa expressão de verdade sentida. Não canto mal e não canto maravilhosamente bem como gostaria, mas canto com alegria e expressividade.

Por vezes (e muito raramente), gravo-me em modo caseiro, sem profissionalismos (que tanto gostava), sem meios, assim a frio a e seco. Como qualquer pessoa armada em artista, gosta que a oiçam. E eu gosto tanto que me oiçam, os meus amigos claro, ou outros não me conhecem! Recentemente ao questionar um amigo sobre o video (que se encontra abaixo), recebi a reação menos esperada : "Eu nem ouvi. Não gosto nada de fado. Quer-se dizer ....gosto, mas daquele fado animado". Desvalorizou-me. Como me é uma pessoa muito próxima, desculpo-lhe pela ignorância da idade. Mas magoou. Primeiro por nem sequer ter ouvido, este que foi um momento de libertação tão meu, um grito ao mundo daquilo que sou, por onde gostava de ir, que me faz feliz. E segundo, porque considero que não se pode gostar de um fado e de outro não, não há meio termo, sem quererem entender a força das palavras, dos poemas, dos poetas, do som das guitarras e e da emoção da voz.

Sonho, desejo e gostava de um dia ter um projeto a solo, onde cruzaria as sonoridades do fado e do folclore, ...essa tradicionalidade que me dá corpo, que me preenche. Aí me sentiria Eu por completo. Irei conseguir? Não sei, mas trabalho para isso. 

A música é um alimento sem calorias (não entendo a dificuldade em perder peso haha), sem custos, sem limites.
Sou livre a cantar. Canto para mim. Já cantei para outros e foi tão bom, mesmo que pontual.

Um dia arrisco e apresento-me comigo mesmo.


Até breve,

RC - O Pequeno Notável

segunda-feira, novembro 09, 2015

E o pássaro voou!

Ao início da tarde de hoje uma amiga pergunta-me: "Tas bem Ricardinho, o teu coração aguenta-se?"
Sem filtro respondo: "Já está tão despedaçado que quase nao sinto nada"
Ela com a sua perspicácia faz-me descer à terra: "Se te sentes destroçado é mais que justo"
Remato com: "Isto passa"

E passa! Que raio de sina a minha.
Passei anos sem permitir que alguém entrasse no meu cantinho, no meu coração. Seria proteção? Medo de sofrer? Serei demasiado exigente? Sei lá...

Senti-me preparado, deixei que me conhecessem. Apaixonei-me e a seguir: sofri novamente. Irra.
Mais um tempo fechado para "obras", assim o decidi!

Não resisti! Voltei a entusiasmar-me pelo ser humano, voltei a acreditar numa felicidade partilhada. Mas sabia as condicionantes e as improbabilidades de o consumar, mas estava disposto (mesmo que ocultamente) a acreditar á mesma.

E pronto, lá se foi novamente! Voou como um pássaro para o seu novo ninho, para o seu porto seguro e que os ciclos naturais da vida lhe permita poisar por cá, numa visita fugaz e intensa! Sei que está bem e fico contente por isso. Se isso significa que é feliz, que bom.

Que alguém o seja, ao menos!


Até breve,

RC, O Pequeno Notável






sexta-feira, novembro 06, 2015

Hello, it's me

Hello, it's me | Olá, sou eu
I was wondering if after all these years | Eu estava a imaginar se depois de todos esses anos
You'd like to meet, to go over everything | Tu gostarias que nos encontrássemos, para superarmos tudo
They say that time's supposed to heal ya | Eles dizem que o tempo supostamente cura
But I ain't done much healing | Mas eu não me curei nem um pouco

Estou meio que viciado nesta música, confesso.
Não entendo quase nada a língua que ela fala, shame to me (desculpem lá se está mal escrito), tanto que é que parte da letra acima mencionada foi traduzida na net! :)

Faz um ano do choque fatal, do último acontecimento que me feriu a alma, a dignidade. Foi um ano duro. Esforcei-me por passar um paninho quente e lidar bem com a sua nova forma de vida. Até correu bem hein?

Mesmo assim, estive permanentemente junta a essa pessoa, como se nada tivesse acontecido. Fui várias vezes desrespeitado, humilhado de certa forma, se calhar até o fazia de modo inconsciente, não sei....mas acho que não. Roeu-me o coração, afinal não era uma vontade minha nem o melhor para mim. Mas sim para que essa pessoa, o seu futuro ex (digo isto a brincar, nem é uma vontade sequer), e os nossos amigos e grupos em comum não se sentissem constrangidos com a situação. Fiz tudo a pensar no bom ambiente de todos ou outros, menos no meu bem-estar.

Tinha-me esquecido de mim.

Neste verão senti-me vazio, perdido como de um labirinto se tratasse sem conseguir encontrar a saída. Foi então que decidi escolher-me e mim. Finalmente pensei só me mim! Como diz a letra da música Hello da Adele, que o tempo supostamente cura, mas eu também não me sinto curado. Mas como saberei se estou curado? Hoje em dia sinto-me muito bem comigo, sinto-me em paz! Se isso foi a cura, então estou curado!

Estamos na mesma perto um do outro, mantemos-nos em contacto, temos uma excelente relação. E está bom assim.

Optei por guardar, ou tentar, as coisas boas, o conhecimento construído. Axo que vou amar-te sempre, mas não me vais magoar mais porque não deixo. Estarei sempre cá, bem o sabes, desde que me trates como mereço.

Estou tranquilamente a viver para mim.


Até breve!

RC, O Pequeno Notável.



quinta-feira, novembro 05, 2015

A outra carta





Sim, este vídeo está em espanhol e é do ano passado, blá blá blá......é um facto. Mas não consegui localizar o video com a tradução. Mas como a língua é percetível até aos mais distraídos, torna-se simples!


Mas bom, ...intriga-me a razão porque este video me marca e me faz parar e pensar no assunto. Afinal eu nem filhos tenho, nem sei se virei a ter. Mas a verdade é que sinto uma grande vontade de ser pai, de poder ensinar e educar um ser humano, não à minha imagem, porque senão coitadito, seria baixote e calvo! Mas, o facto de poder partilhar com alguém os meus costumes, os meus valores que tão bem me forma igualmente passados e outros que são continuamente adquiridos. 


Independentemente da forma (natural ou artificial), esse não é um objetivo, é uma vontade, que no meio de tantas pode nunca ser concretizada. Mas se o futuro me permitir, irei esforçar-me para conseguir concretizá-la!


"Ai e tal, não cuspas para o ar", "não fales do que não sabes", são frases que oiço algumas vezes em conversas com amigos já pais e mães. Chateia-me ouvi-las, porque observo muitos momentos de fraqueza dos próprios pais, por uma única razão: Dizer que não! O "sim" é tão simples mas o "não"....ui, vejo-lhes medo nas entranhas de o dizerem aos filhos. Mas os filhos, por muito que na hora façam uma grande birra à conta desse "não", vão um dia mais tarde ter maior respeito pelos pais e ficar-lhes-à na memória como forma de aprendizagem.


Sim, de facto não sou pai, nunca fui, mas educo, sim educo ...não sei se pelo facto de ter participado no crescimento do meu primo Xico até ir para o ciclo, se pelas dezenas de catequizandos, se pelas centenas de crianças das escolas onde levo as danças, os jogos e os cantares tradicionais, ou o que for, que me ensinou a educar, a criar limites, a criar valores e a motivas as crianças, o eterno futuro da humanidade. Pois é...a uma boa parte dos pais de hoje, é tão mais fácil entupir os filhos com o melhores gadjets do mercado, enfiá-los em aglomerados de aulas extracurriculares (sem menosprezar): é a natação, o futebol, o inglês,  a moda do ballet - coisa chique hoje em dia; já para o escuteiros, ou para outros movimento sociais, os pais consideram um perigo, infundado, sem sentido! Só que aí adquirem competências comportamentais de sociabilização que nas seus quartos recheados de tecnologia de ponta, não conseguem. 


E os piqueniques? Os passeios pelas cidades/vilas à nossa volta? Uma ida ao rio, ao parque? Os meus pais levaram-me a muitos desses sítios na minha infância, não tanto quanto gostariam secalhar, mas o que fizeram está-me na memória. Temo que as memórias de meninice destas crianças quando forem adultos, se resuma a: shoppings, tablets e afins.


Não sei o dia de amanha, portanto, não sei se um dia virei e ser pai. Mas uma coisa tenho a certeza: seria um BOM PAI.


Até um dia destes,

RC, O Pequeno Notável 


Video: IKEA - La Otra Carta, DEZ - 2014